terça-feira, 18 de agosto de 2009

O Enigmático Livro Da Esfinge


Estou trabalhando no meu primeiro livro, o qual será um romance épico, mescla de aventura, mistério e fantasia. Pretendo contar a história de uma jovem (talvez seja um garoto, não me decidi ainda...) que aos 14 anos foge de casa, evitando assim ter de contar o segredo mortal que lhe fora confiado durante a noite anterior a seus pais. Ao longo de sua jornada, iniciada na Escócia, a garota conhece várias pessoas, faz diversos amigos, sofre provações e passa por diversas aventuras misteriosas e mágicas, sempre na companhia de uma enciclopédia antiga, encontrada no antigo baú na casa de campo de sua avó. Maravilhosamente, o livro lhe será de grande utilidade durante essa jornada, lhe dando, mesmo que sob a forma de charadas, as respostas exatas na hora em que ela mais precisar. A idéia central dessa história me veio a poucos dias, quando eu refletia sobre o poder que eu sempre atribui aos livros, pois ao longo da história humana, através de um argumento sólido ou uma boa falácia, escritores conseguiram mover montanhas e comover multidões. Cabeças já rolaram devido a histórias mal-contadas ou tão bem contadas que até hoje persistem (atire a primeira pedra quem nunca leu a Bíblia...). Sempre gostei de ler muito e, como minha própria mãe já afirmou, eu era "piolho de biblioteca". Espero que minha história agrade a todos, mas principalmente agrade aos que, assim como eu quando criança, sonhavam em trabalhar na biblioteca da escola. Não tenho todo o roteiro planejado, mas espero que o trecho a seguir demonstre um pouco da aura que eu desejo transmitir com minha obra... Bon appetit!
"Enquanto o trem serpenteia pelo vale, afastando-se cada vez mais rápido de Aberdeen, pelas vidraças do vagão Marie avista as mudanças na paisagem. À frente, a turva imagem citadina, com seus carros acelerados e seus moradores esquizofrênicos, cede espaço a escuros e impenetráveis bosques de pinheiros que pairam sobre as montanhas. O céu enfumaçado pelas fábricas é substituído pelo azul cobalto do final da tarde, com rotundas e cinzentas nuvens feitas de algodão. Em breve, viria a chuva... O vento gelado de outubro corta a charneca e penetra pelo vagão, forçando-lhe vestir sua pelerine e indicando que o inverno está próximo. A meia distância dos trilhos, as águas correm pelo rio seguindo sem rumo em cascata e, além da cerca de madeira, belas ovelhas pastam no campo e pintam de branco a grama dourada como centeio, sob a luz do fraco sol poente que, bem ao longe no oeste, se esconde por trás das montanhas cobertas pela neblina. Avistando a paisagem pela janela, Marie tenta, de forma frustrada, afastar de sua mente as imagens da noite anterior. Uma lágrima escorre por sua face. Apenas uma. Afinal, não há nada mais cativante do que uma longa viagem de trem..."
Pedro Henrique Santiago Lima
Descoberto, 21 de julho de 2009

Nenhum comentário: