terça-feira, 26 de outubro de 2010

Oi, tudo bem?

Você prefere a resposta-padrão ou devo explanar sobre cada uma das condições temperamentais que eu possa estar sentindo neste exato momento?

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Quais são as três coisas que você pensa que se tornarão obsoletas nos próximos dez anos?

Levando-se em conta o padrão de desenvolvimento tecnológico e cultural ao qual o homem chegou na contemporaneidade, muitos dos aparelhos presentes no nosso cotidiano, como o rádio e o motor à combustão, há tempo são considerados obsoletos e, no entanto, não foram totalmente descartados devido à falta de algo que os substitua de forma satisfatória, o que talvez seja possível ocorrer no futuro próximo. Não seria também surpresa alguma se atuais tecnologias de ponta, como a televisão de alta definição ou a telefonia móvel 3G, forem descartadas em alguns anos, uma vez que o crescimento tecnológico tem aumentado de forma exponencial a cada dia. Listar três coisas que imagino se tornando obsoletas nos próximos dez anos é, portanto, um fabuloso jogo de azar, com grandes possibilidades de erro. Contudo, ousadia para arriscar uma jogada não me falta: Em consonância com os costumes da atual sociedade moderna, egocêntrica e materialista, vejo um futuro próximo em que viajar de ônibus, usar banheiros públicos e amar o próximo serão considerados hábitos extremamente antiquados, se não passíveis de punição.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O que seria uma pergunta que vale a pena responder?

Nunca deixei sem resposta uma pergunta a mim dirigida, mas inúmeras foram as ocasiões em que adiei minhas palavras, buscando uma argumentação menos refutável e mais coerente. Toda pergunta não apenas merece uma resposta, sendo mais do que um dever fornecê-la. A dúvida consiste em perceber se realmente cabe a quem fora questionado ofertar tal resposta, assim como talvez não caiba a mais ninguém entender quais os seus critérios para considerar uma pergunta digna de réplica. Ao inquiridor, cabe tão somente o bom senso de perceber até onde sua curiosidade não oprime ou invade a privacidade de quem é interrogado e a paciência de esperar que as respostas sejam oferecidas, afinal, para toda dúvida há uma explicação, mas talvez conhecemo-la sem ainda saber.

domingo, 8 de agosto de 2010

Qual é a coisa em você mesmo que provavelmente deveria jogar fora mas que nunca jogará?

Apesar de saber que tenho muito para melhorar físico e espiritualmente, há tempos aprendi a me aceitar como sou. Sempre busco me aprimorar, mas não mais me prendo a isso, pois sou humano e reconheço meu limite e minha imperfeição. Mesmo talvez sendo uma aparente falta de humildade ou excesso de demagogia, creio ser o conhecimento a única coisa em mim que eu provavelmente deveria jogar fora, mas que nunca poderei fazê-lo, pois uma mente, quando expandida, nunca mais retorna ao seu tamanho original. Beleza e riqueza material são características efêmeras; o saber, por outro lado, é eterno. Compreender minha humanidade e, simultaneamente, perceber que não posso fazer nada para corrigi-la, me torna cada vez mais frustrado e confiante em minha inépcia. O camponês goza considerável paz de espírito, desconhecida do homem de cultura e, como dizia minha avó, a dor é o preço à inteligência.

sábado, 31 de julho de 2010

Se você pudesse ter um encontro com qualquer celebridade, com qual seria?

Levando-se em conta que, nem todo encontro tenha de ser necessariamente um encontro romântico e, principalmente, nem toda celebridade tenha de ser alguém que esteja vivo, gostaria muito de ter uma conversa casual com Deus numa cafeteria ou à beira-mar. Como crítico e curioso nato que sou, tenho muitas perguntas a fazê-lo e, mesmo que não consiga compreender a grandiloquência de suas respostas, sei que a conversa seria infindável. Ademais, sua simples presença física me bastaria.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Você se considera um bom dançarino?

Quando estou dançando em algum lugar público, geralmente, todas as pessoas ao redor param para olhar, mas nunca perguntei se elas estão impressionadas com tanta desenvoltura na pista ou se estão assustadas...

Abaixo Ao Comodismo!

Dizem que conselho só se dá a quem se pede, mas se você está acessando por vontade própria um espaço no qual eu sou escritor, sou tentado a acreditar que tenho sua licença para dar algumas dicas triviais àqueles que buscam uma vida plena. Portanto, apesar da minha pouca autoridade para dar conselhos a quem quer que seja, a seguir vão alguns, que julgo valiosos.
Mude. Mas comece devagar, porque a direção é mais importante do que a velocidade. Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa. Mais tarde, mude de mesa. Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua. Depois, mude de caminho, ande por outras ruas, calmamente, observando com atenção os lugares por onde você passa. Tome outros ônibus. Mude por uns tempos o estilo das roupas. Dê os teus sapatos velhos. Procure andar descalço alguns dias. Tire uma tarde inteira para passear livremente pelo campo e ouvir o canto dos passarinhos. Veja o mundo de outras perspectivas. Abra e feche as gavetas e portas com a mão esquerda (ou a direita, caso você seja gauche). Durma do outro lado da cama. Depois, procure dormir em outras camas. Assista a outros programas de televisão, compre outros jornais, leia outros livros. Leia muito e leia tudo. Viva outros romances. Não faça do hábito um estilo de vida. Ame a novidade e ame novamente. Durma mais tarde. Durma mais cedo. Aprenda uma palavra nova por dia numa outra língua. Corrija a postura. Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes, novos temperos, novas cores, novas delícias.
Tente. Tente o novo todo dia. O novo lado, o novo método, o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo amor, a nova vida. Busque novos amigos. Viva novos amores. Faça novas relações. Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes, tome outro tipo de bebida, compre pão em outra padaria. Almoce mais cedo, jante mais tarde ou vice-versa. Escolha outro mercado, outra marca de sabonete, outro creme dental. Tome banho em novos horários. Use canetas de outras cores. Vá passear em outros lugares. Ame muito, cada vez mais, de modos diferentes. Troque de mochila, de carteira, de mala, troque de carro, compre novos óculos, escrevas outras poesias. Jogue fora os velhos relógios, quebre delicadamente esses horrorosos despertadores. Abra conta em outro banco. Vá a outros cinemas, outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos museus.
Transforme-se. Seja volúvel. Seja aberto a novas experiências, novas idéias. Não existe uma verdade absoluta e a concepção de certo ou errado é apenas questão de opinião. Fazendo o bem a si e não invadindo o espaço alheio, as possibilidades de errar serão diminutas. Nada está predefinido em sua vida e você terá sempre a liberdade de escolher o que deseja. Lembre-se que a vida é uma só. E pense seriamente em arrumar um novo emprego, uma nova ocupação, um trabalho mais leve, mais prazeroso, mais digno, mais humano. Não paute a sua vida, nem a sua carreira, pelo dinheiro. Ame seu ofício com todo coração. Persiga fazer sempre o melhor em casa, no trabalho, na escola, na vida. Seja fascinado pela mudança e pela realização, que o dinheiro virá como conseqüência. Quem pensa só no dinheiro, geralmente, não o alcança, porque é incapaz de sonhar. Pense em grupo, pense na sua comunidade, pense em todos, pois visar o bem comum será sempre a melhor maneira de pensar em si.
Liberte-se. Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Se você não tiver voz, grite. Se você não tiver pernas, corra. Se você não tiver esperança, crie-a. Supere-se sempre. Seja criativo. Exponha suas emoções aos outros. Não tenha medo de mostrar o que você pensa e o que você sente, pois amigos de verdade estarão eternamente do seu lado, concordando ou não com sua atitude e sua opinião. Ame seus pais, eles são seus melhores amigos. Vista roupas novas, vista-se bem. Não se vista caso ache melhor. Gaste um pouco mais do seu dinheiro visando o seu prazer. Não seja sovina e também não seja leviano quando se referir ao dinheiro. Aprecie a beleza das ensolaradas tardes dominicais de folga, mas saiba curtir o momento caso apareça uma segunda-feira chuvosa pela frente. Aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude de novo. Experimente outra vez. Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas. Mas não é isso o que importa. O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia, as vibrações.
Carpe Diem! Como diziam os sábios filósofos latinos, Colha o Dia! Aproveite o momento atual despretensiosamente, não remoa o passado e não planeje o futuro. Ambas atitudes são desnecessárias, pois fogem a seu alcance. Apenas, mude sempre, mude mais vezes e mude quando achar necessário. Pois, só o que está morto não muda!

(Obra adaptada do poema "Mude"autoria de Edson Marques, escritor e poeta brasileiro formado em Filosofia pela USP.)
Pedro Henrique Santiago Lima & Júlia Anastácia da Trindade
Descoberto, 22 de julho de 2010.